quarta-feira, 10 de março de 2021

LI, REFLETI E RESPONDO

 

a)          Qual a sua análise a respeito do argumento central da autora (o professor deve, ele próprio preparar seu material didático)? Justifique.

 

O argumento central da autora me mostra, incialmente, uma sinistra preocupação em provar que a arte se sobrepõe à filosofia pura e lógica e que o professor deve elevar isso à ideia da essência filosófica ao ministrar sua aula. Discordo disso. O texto me sugere uma intenção de alienar o futuro educador para limitar a abrangência da filosofia à música e poesia, como se preconcebesse que o aluno não seja capaz de compreender raciocínios mais complexos para alcançar uma compreensão filosófica mais elevada, me sugerindo uma espécie de ideia oprimida da capacidade intelectual do aluno. Destoa da ideia filosófica pura (física e matemática) e me remeteu a uma condição filosófica que me lembra o apelo de Milton Nascimento, senão vejamos: “...pois o poeta, ao ir até o público e apresentar modelos de seres que ele evoca, pode ser considerado um educador (BRISSON, 2014, p. 10).”. Não enxergo uma prática produtiva em ministrar aulas sob à luz de citações pessoalizadas e no gosto pessoalizado do educador, seja a fonte Renato Russo, Milton Nascimento ou Steve Wonder. Acredito, da mesma forma, que qualquer outra espécie de ideologia superficial e pouco aprofundada na essência da alma filosófica não reverte ao aluno condição de se auto arguir, ficar motivado e ter o desejo de se aprofundar em qualquer ideia que tire sua alma do ponto estático existencial que se encontra. Modelos e sugestões sempre são produtivos, por óbvio, porém dependem da condição socioeconômica e intelectual onde o professor estará atuando e como ele a aplicará. Exemplifico: Sob a ideia que o texto sugere, como o educador deverá ministrar aulas de filosofia em um colégio bilingue? Ou onde os alunos são dotados de alto intelecto, farta base educacional e familiar? Citando Frases do Katinguelê ou a ópera do malandro? Acredito que não. De preferência, eu acredito, que deva ser objetivo do educador associar o raciocínio filosófico ao modus vivendi de seus alunos. Em outro prisma a ideia de subestimar a posição filosófica do Brasil no Ocidente não me parece simpática. Muitos dos mestres de nossa história e literatura se associaram proximamente do iluminismo além de terem concedido sua parcela de contribuição e participado de períodos importantes dessa revolução intelectual e do saber. A erudição de D. Pedro II. O parnasianismo de Olavo Bilac. O renascentismo de Machado de Assis. Notas que me parecem estar esquecidos no texto e na posição da autora. Isso para ser demasiado sucinto e, mesmo assim, não me privilegiaria em adotar, mesmo que assim o fossem, sua inserção na prática filosófica dentro de uma sala de aula, baseados em sua literatura. A sugestão sincretista do texto quanto ao argumento de inserção indígena ou aborígene me sugere mais como uma boa prática cultural do que filosófica. Me incutiu a ideia de transladar a Grécia antiga no ensino com base em uma multidisciplinariedade modelada em formato Netflix. Concluo que o texto, em sua totalidade, não foi apto a me demonstrar que a incursão de uma proposta mesclada entre arte, inclusão e multidisciplinariedade possa surtir efeito profundo na alma do aluno. Minha perspectiva é que o exercício filosófico disposto à real interpretação da ideia dos grandes filósofos antigos e sua honesta interpretação será o exercício que levará o aluno à real Philosophia (amor à sabedoria) ocasionando assim, sua disposição real em alcançar a alma proposta pela matéria.

 

b)         Dentre os conteúdos abordados no livro-texto de Filosofia Antiga, selecione 1 que você julga que poderia ser trabalhado com estudantes do ensino médio. Relate, brevemente, como faria a mediação do conteúdo escolhido.

 

Eu reproduziria a experiência temática da academia de Platão e aplicaria o método socrático e dialético, provocando debates com práticas sofistas e a filosóficas nos temas abordados com os alunos. Criaria referidos temas de debates a partir da observação da natureza e dos fatos naturais do ambiente, desenvolvendo, a partir dessa ideia, a reflexão contida no método socrático. Acredito que a prática vai de encontro à proposta do BNCC que reformula a prática de ensino a partir de 2021. Da mesma forma, também exalta a valorização do diálogo, da tolerância da ideia contrária e conscientização sobre o meio ambiente, além de fomentar princípios de tolerância e diversidade.

 

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