a)
Qual a sua análise a respeito do
argumento central da autora (o professor deve, ele próprio preparar seu
material didático)? Justifique.
O argumento central da autora me mostra,
incialmente, uma sinistra preocupação em provar que a arte se sobrepõe à filosofia
pura e lógica e que o professor deve elevar isso à ideia da essência filosófica
ao ministrar sua aula. Discordo disso. O texto me sugere uma intenção de
alienar o futuro educador para limitar a abrangência da filosofia à música e poesia,
como se preconcebesse que o aluno não seja capaz de compreender raciocínios
mais complexos para alcançar uma compreensão filosófica mais elevada, me
sugerindo uma espécie de ideia oprimida da capacidade intelectual do aluno.
Destoa da ideia filosófica pura (física e matemática) e me remeteu a uma condição
filosófica que me lembra o apelo de Milton Nascimento, senão vejamos: “...pois
o poeta, ao ir até o público e apresentar modelos de seres que ele evoca, pode
ser considerado um educador (BRISSON, 2014, p. 10).”. Não enxergo uma
prática produtiva em ministrar aulas sob à luz de citações pessoalizadas e no
gosto pessoalizado do educador, seja a fonte Renato Russo, Milton Nascimento ou
Steve Wonder. Acredito, da mesma forma, que qualquer outra espécie de ideologia
superficial e pouco aprofundada na essência da alma filosófica não reverte ao
aluno condição de se auto arguir, ficar motivado e ter o desejo de se
aprofundar em qualquer ideia que tire sua alma do ponto estático existencial
que se encontra. Modelos e sugestões sempre são produtivos, por óbvio, porém
dependem da condição socioeconômica e intelectual onde o professor estará atuando
e como ele a aplicará. Exemplifico: Sob a ideia que o texto sugere, como o
educador deverá ministrar aulas de filosofia em um colégio bilingue? Ou onde os
alunos são dotados de alto intelecto, farta base educacional e familiar?
Citando Frases do Katinguelê ou a ópera do malandro? Acredito que não. De preferência,
eu acredito, que deva ser objetivo do educador associar o raciocínio filosófico
ao modus vivendi de seus alunos. Em outro prisma a ideia de subestimar a
posição filosófica do Brasil no Ocidente não me parece simpática. Muitos dos
mestres de nossa história e literatura se associaram proximamente do iluminismo
além de terem concedido sua parcela de contribuição e participado de períodos
importantes dessa revolução intelectual e do saber. A erudição de D. Pedro II.
O parnasianismo de Olavo Bilac. O renascentismo de Machado de Assis. Notas que
me parecem estar esquecidos no texto e na posição da autora. Isso para ser
demasiado sucinto e, mesmo assim, não me privilegiaria em adotar, mesmo que
assim o fossem, sua inserção na prática filosófica dentro de uma sala de aula,
baseados em sua literatura. A sugestão sincretista do texto quanto ao argumento
de inserção indígena ou aborígene me sugere mais como uma boa prática cultural
do que filosófica. Me incutiu a ideia de transladar a Grécia antiga no ensino com
base em uma multidisciplinariedade modelada em formato Netflix. Concluo que o
texto, em sua totalidade, não foi apto a me demonstrar que a incursão de uma
proposta mesclada entre arte, inclusão e multidisciplinariedade possa surtir
efeito profundo na alma do aluno. Minha perspectiva é que o exercício
filosófico disposto à real interpretação da ideia dos grandes filósofos antigos
e sua honesta interpretação será o exercício que levará o aluno à real Philosophia
(amor à sabedoria) ocasionando assim, sua disposição real em alcançar a alma proposta
pela matéria.
b)
Dentre os conteúdos
abordados no livro-texto de Filosofia Antiga, selecione 1 que você julga que
poderia ser trabalhado com estudantes do ensino médio. Relate, brevemente, como
faria a mediação do conteúdo escolhido.
Eu reproduziria a
experiência temática da academia de Platão e aplicaria o método socrático e
dialético, provocando debates com práticas sofistas e a filosóficas nos temas
abordados com os alunos. Criaria referidos temas de debates a partir da observação
da natureza e dos fatos naturais do ambiente, desenvolvendo, a partir dessa ideia,
a reflexão contida no método socrático. Acredito que a prática vai de encontro à
proposta do BNCC que reformula a prática de ensino a partir de 2021. Da mesma
forma, também exalta a valorização do diálogo, da tolerância da ideia contrária
e conscientização sobre o meio ambiente, além de fomentar princípios de
tolerância e diversidade.
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